O Contrato Social é o documento mais importante da constituição de uma empresa. Ele funciona como uma espécie de “Constituição” da sociedade, definindo direitos, deveres, responsabilidades e regras de convivência entre os sócios.
Por isso, redigi-lo de forma correta, estratégica e personalizada é fundamental para evitar conflitos futuros e garantir segurança jurídica.
A seguir, apresentamos três dicas essenciais para quem está elaborando ou revisando o seu contrato social.
Evite modelos prontos de internet (e até os enviados pela contabilidade)
Essa é, talvez, a dica mais importante.
Apesar de a internet estar cheia de modelos de contrato social “gratuitos”, cada empresa é única — e um modelo genérico dificilmente refletirá a realidade e as necessidades específicas do seu negócio.
Muitas vezes, os modelos enviados por escritórios de contabilidade também se limitam a aspectos formais, deixando de fora questões estratégicas e jurídicas essenciais, como as responsabilidades individuais dos sócios, as regras de sucessão e as condições de dissolução.
Já presenciamos casos em que um dos sócios passou a deixar de atuar na empresa, comportando-se de forma desidiosa, sendo que o contrato social nada dizia sobre como o outro sócio, mais atuante, poderia proceder para, por exemplo, ajustar os percentuais de distribuição de lucros ou mesmo excluir esse outro sócio desidioso da empresa.
📌 Atenção: um contrato social deve ser feito sob medida, preferencialmente com orientação jurídica especializada, considerando o perfil da sociedade, o ramo de atuação e o planejamento tributário e patrimonial dos sócios.
Inclua cláusulas específicas e preventivas
O contrato social não deve ser apenas um documento formal de abertura da empresa. Ele precisa prever cenários futuros e oferecer soluções claras para situações delicadas que, inevitavelmente, podem ocorrer na vida empresarial.
Algumas cláusulas essenciais incluem:
- Hipóteses de retirada ou exclusão de sócio;
- Condições de ingresso de novos sócios e processo de admissão;
- Procedimentos em caso de falecimento de um sócio e sucessão de cotas;
- Formas de distribuição de lucros e responsabilidades financeiras;
- Responsabilidade da empresa por dívidas e obrigações assumidas por um dos sócios.
Essas previsões dão segurança jurídica e ajudam a evitar disputas judiciais — especialmente em momentos de crise ou mudança na estrutura societária.
Considere a elaboração de um Acordo de Cotistas
Poucos empresários sabem, mas o Contrato Social é um documento público. Qualquer pessoa pode obter uma cópia na Junta Comercial.
Por essa razão, se os sócios desejam estabelecer regras internas ou estratégicas — como políticas de voto, distribuição diferenciada de lucros, preferência na compra de cotas ou compromissos de confidencialidade —, o mais adequado é firmar um Acordo de Cotistas.
Esse instrumento é privado (não registrado publicamente), mas possui plena validade jurídica entre os sócios, servindo como complemento ao contrato social.
Trata-se de uma medida essencial para empresas com mais de um sócio, especialmente quando há investimentos, diferentes níveis de participação ou gestão compartilhada.
Por fim
O Contrato Social é o pilar jurídico da empresa. Ele define o modo como a sociedade será administrada e estabelece os limites das relações entre os sócios e com terceiros.
Um contrato mal elaborado pode gerar conflitos societários, disputas judiciais e prejuízos financeiros.
Por outro lado, um contrato bem redigido, aliado a um eventual Acordo de Cotistas, garante previsibilidade, proteção e estabilidade para o crescimento do negócio.
Se a sua empresa está sendo constituída, passando por alterações societárias ou planejando a entrada de novos sócios, busque orientação jurídica especializada.
✍️ Correia e Lima Filho Advogados Associados
📍 Brasília/DF
📞 Assessoria jurídica em Direito Empresarial e Societário
















