Se você é empresário ou proprietário de imóveis, já deve ter ouvido que “vale muito mais a pena vender imóveis pela holding”.
Mas será que isso é verdade?
Ou será que, dependendo do cenário, você pode estar pagando mais imposto do que deveria?
Neste artigo, você vai descobrir — de forma simples e direta — quando vender imóveis pela holding realmente traz vantagem… e quando a pessoa física pode ser a escolha mais inteligente.
A verdade é que segurança patrimonial e planejamento tributário sempre andam juntos quando falamos de imóveis.
E, nos últimos anos, as holdings patrimoniais se tornaram ferramentas poderosas para organizar o patrimônio familiar e empresarial.
Mas existe um detalhe importante: vender imóveis pela holding não é automaticamente mais barato.
Depende do tipo de imóvel, do ganho de capital, do volume de operações… e do que você planeja para o seu patrimônio.
Para te mostrar isso de forma clara, vamos direto aos cenários reais.
PF X HOLDING: QUEM PAGA MENOS?
A comparação abaixo considera as regras gerais do Imposto de Renda e da tributação no lucro presumido, regime mais comum em holdings patrimoniais.
Para simplificar, vamos usar os seguintes parâmetros:
- Pessoa Física: IR sobre ganho de capital (alíquota base de 15%)
- Holding (PJ – lucro presumido): carga aproximada de 5,93% sobre o valor de venda, combinando IRPJ, CSLL, PIS e COFINS
- Sem isenções específicas da PF (como reinvestimento em 180 dias)
Agora veja como isso muda o jogo:
Cenário 1 – Venda de R$ 500 mil
Custo do imóvel: R$ 300 mil
Ganho de capital: R$ 200 mil
Pessoa Física: IR = R$ 30.000
Holding (lucro presumido): Tributos ≈ R$ 29.650
📌 Resultado: quase um empate. Pequenos detalhes podem inverter a vantagem.
Cenário 2 – Venda de R$ 800 mil
Custo do imóvel: R$ 300 mil
Ganho de capital: R$ 500 mil
Pessoa Física: IR = R$ 75.000
Holding: Tributos ≈ R$ 47.440
📌 Resultado: holding bem à frente. A vantagem cresce conforme o ganho de capital aumenta.
Cenário 3 – Venda de R$ 1,5 milhão
Custo do imóvel: R$ 300 mil
Ganho de capital: R$ 1,2 milhão
Pessoa Física: IR = R$ 180.000
Holding: Tributos ≈ R$ 88.950
📌 Resultado: economia tributária expressiva — é aqui que muitos empresários percebem o poder da holding.
**Quando a PF ganha?
Imagine que você venda um imóvel por R$ 520 mil, comprado por R$ 500 mil. Ou seja: quase nenhum ganho de capital.
Pessoa Física: IR = R$ 3.000
Holding: Tributos ≈ R$ 30.836
📌 Resultado: a PF vence com folga.
Quando o ganho é baixo ou há risco de prejuízo, a holding perde a vantagem tributária.
É aqui que muitos se enganam…
A holding não é uma máquina automática de pagar menos impostos.
Ela é uma estratégia, e como toda estratégia, funciona melhor em determinados cenários:
✔ Quando há elevado ganho de capital
✔ Quando você realiza várias operações imobiliárias
✔ Quando a holding é usada também para proteção patrimonial e sucessão
✔ Quando o objetivo é reinvestir sem tributar a distribuição para PF
Por outro lado, vender na pessoa física costuma ser melhor quando:
✔ O ganho é pequeno
✔ Você utiliza isenções exclusivas da PF
✔ Você faz poucas operações
✔ O custo de manter a holding pesa mais que o benefício
Por fim: o que realmente importa
Para empresários e proprietários de imóveis, a decisão de vender pela holding ou pela pessoa física não deve ser intuitiva — ela precisa ser estratégica.
A diferença entre um planejamento tributário bem feito e uma decisão sem análise pode significar dezenas (ou centenas) de milhares de prejuízos ou ganhos.
A pergunta correta não é:
📌 “Vender pela holding paga menos imposto?”
E sim:
📌 “Nos meus cenários específicos, minha realidade, qual estrutura reduz riscos e aumenta meu resultado?”
Essa análise personalizada torna-se ainda mais relevante com a reforma tributária, em especial ao planejamento de médio e longo prazo.
Dica final: Nem sempre vale a pena alocar todos os imóveis na holding, de forma que alguns, por questão estratégica, podem ficar de fora.
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